Como sabemos, os resfriados podem atacar a qualquer momento: no inverno, primavera, começo do outono, em pleno verão... enfim, independente da época do ano. E com eles, em razão dos sintomas que podem surgir, torna-se difícil, senão impossível, a aderência e/ou regularidade a um programa de exercícios físicos. Nesse momento, sempre nos questionamos se devemos ou não realizar qualquer tipo de esforço físico moderado e até mesmo elevado.
Para desmistificar esse assunto e ajudá-lo a tomar uma decisão, nos baseamos em uma pesquisa realizada por cientistas da Ball State University em Muncie, Indiana, que recrutaram 50 estudantes saudáveis com idades de 19-29 anos, os quais eram portadores de um tipo de vírus do trato respiratório superior.
A princípio os pesquisadores dividiram os estudantes em dois grupos, onde 16 sujeitos foram orientados a permanecer como sedentários sempre que possível (grupo controle), enquanto os 34 restantes se exercitaram moderadamente por 40 minutos/dia (grupo experimental).
Após 10 dias de experimento, os pesquisadores não encontraram diferenças na duração ou severidade dos sintomas entre os dois grupos. Além disso, o exercício não acelerou a recuperação, como também não retardou a mesma.
Assim, com base nessa pesquisa, a prática de exercícios/atividades físicas parece estar liberada na presença de algum tipo de vírus do trato respiratório superior, a qual não influenciará de forma negativa e nem positiva o quadro da doença. No entanto, para além dessa conclusão, devemos considerar o grau dos sintomas apresentados, pois esses podem comprometer o melhor desempenho e aproveitamento das atividades/exercícios físicos. Onde, nesse caso, a melhor saída seria a prática de atividades/exercícios físicos com intensidade leve ou até mesmo a interrupção dos mesmos.
Medicine & Science in Sports & Exercise, nov 1998.
Roberto Poton