Basta passarmos em frente de qualquer academia de ginástica/musculação que já conseguimos ouvir o som característico das músicas e até mesmo do tilintar de anilhas, pesos e barras. Ás vezes, esse som todo (destaque para a música) pode ser estimulante, verdadeiramente um convite para que entremos e conheçamos o ambiente, mas ás vezes, esse mesmo som pode surtir o efeito de de um "repelente" e nos afastar para bem longe daquele ambiente que será um tanto quanto barulhento para nossos ouvidos.
Mas e aí?!
- Porque esse som agrada uns e desagrada outros?
- A música pode surtir algum efeito psicofísico na prática de exercícios físicos?
- Qual a razão pela qual a grande maioria das academias se utilizam de ritmos musicais bastante semelhantes?
- E quanto ao volume da música, qual seria o mais recomendado?
- Porque esse som agrada uns e desagrada outros?
- A música pode surtir algum efeito psicofísico na prática de exercícios físicos?
- Qual a razão pela qual a grande maioria das academias se utilizam de ritmos musicais bastante semelhantes?
- E quanto ao volume da música, qual seria o mais recomendado?
Bom, o texto a seguir de forma resumida tentará trazer alguns esclarecimentos a respeito desse assunto. Foi utilizado como base um trabalho realizado por Terry e Karageorghis (2006), que abordaram questões bastante interessantes a respeito da música e seus efeitos no esporte e no exercício.
Há tempos, sabe-se que a música pode surtir diversos efeitos em diferentes indivíduos, como por exemplo: capacidade da música reter a atenção, elevar o espírito, gerar emoções, modificar ou regular o temperamento, evocar memórias, aumentar a carga de trabalho, reduzir inibições e encorajar o movimento corporal - todos os quais possuem potenciais aplicações no esporte e no exercício físico em geral.
Mais ainda, em um estudo anterior Terry e Karageorghis (2001) listaram os benefícios da música mais relatados por atletas de elite, sendo:
- capacidade da música aumentar temperamentos positivos e reduzir negativos;
- estado de alerta ou relaxamento pré-evento/prova/exercício;
- dissociação de sentimentos ruins como a dor e/ou fadiga;
- reduzir a taxa de percepção de esforço;
- prolongar o tempo de esforço através da sincronização da música com o movimento;
- melhorar a aquisição de habilidades motoras pela associação do ritmo com o requirimento de movimentos padronizados;
-melhora do desempenho por meio dos mecanismos citados acima.
Desse modo, a questão sobre os possíveis efeitos psicofísicos da música no exercício resumidamente é respondida e a existência da música em uma sala de ginástica/musculação já começa a se justificar.
Mas porque mesmo diante de todos esses possíveis efeitos, a música pode agradar uns e desagradar outros?
Simples, justamente pela existência de alguns fatores pessoais e ambientais como resposta ao ritmo, preferência musical, sensibilidade auditiva, impacto cultural, associações da música, dentre outros.
E qual o motivo pelo qual a grande maioria das academias se utilizam de ritmos musicais bastante semelhantes?
Segundo, Terry e Karageorghis (2006), a música pode ser classificada em três tipos:
Assíncrona - quando não há consciência da sincronização entre movimento e o tempo da música;
Síncrona - realização de movimentos repetitivos em um tempo com elementos rítmicos, semelhantes as batidas ou tempo;
Neutra - quando entende-se que a música não se encaixa em nenhum dos termos acima mencionados, aplicando-se a música que não é motivante nem desmotivante.
Assim, com base no texto de Terry e Karageorghis, é possível relacionar a música assíncrona com os exercícios resistidos (musculação) e a música síncrona com as aulas aeróbias (ginástica). Razão aceitável pela qual as academias se utilizem de ritmos semelhantes.
Assíncrona - quando não há consciência da sincronização entre movimento e o tempo da música;
Síncrona - realização de movimentos repetitivos em um tempo com elementos rítmicos, semelhantes as batidas ou tempo;
Neutra - quando entende-se que a música não se encaixa em nenhum dos termos acima mencionados, aplicando-se a música que não é motivante nem desmotivante.
Assim, com base no texto de Terry e Karageorghis, é possível relacionar a música assíncrona com os exercícios resistidos (musculação) e a música síncrona com as aulas aeróbias (ginástica). Razão aceitável pela qual as academias se utilizem de ritmos semelhantes.
Já quanto ao volume, qual seria o mais recomendado para surtir os possíveis efeitos mencionados, música alta, baixa ou moderada?
Segundo a Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, a exposição a sons intensos é a segunda causa mais comum de deficiência auditiva. Logo, ter conhecimento sobre a altura e controlar o volume do som em um determinado ambiente, é primordial para preservar a saúde auditiva.
Abaixo segue uma tabela com os limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente, estabelecida pela Norma Regulamentadora n.º 15 (NR-15), da Portaria MTb n.º 3.214/1978 (BRASIL, 1978):
Terry e Karegeorghis (2006) não abordaram a influência do volume/intensidade da música, mas fizeram menção a velocidade/batidas por minuto da música, onde, sugeriram que músicas rápidas (>120 batidas por minuto) podem estimular o movimento corporal em atividades com esforço submáximo.
Em resumo, todas as informações apresentadas possuem peso, influenciam e justificam o uso da música no ambiente da academia, no entanto, vale frisar que em um ambiente o qual é compartilhado por diversas pessoas, obviamente há diversos pontos de vista, gostos musicais e outras particularidades. Assim, considerar essa heterogeneidade, tomar conhecimento sobre a preferência geral sobre um determinado gênero musical, controlar o volume da música, são medidas que podem manter o som característico da academia como um "CONVITE" a novos alunos/clientes.
TERRY, P.C.; KARAGEORGHIS, C.I. Psychophysical effects of music in sport and exercise: An update on theory, research and application. In: M. KATSIKITIS (Ed.), Psychology bridging the Tasman: Science, culture and practice – Proceedings of the 2006 Joint Conference of the Australian Psychological Society and the New Zealand Psychological Society. Melbourne, VIC: Australian Psychological Society, p. 415-419, 2006.
Segundo a Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, a exposição a sons intensos é a segunda causa mais comum de deficiência auditiva. Logo, ter conhecimento sobre a altura e controlar o volume do som em um determinado ambiente, é primordial para preservar a saúde auditiva.
Abaixo segue uma tabela com os limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente, estabelecida pela Norma Regulamentadora n.º 15 (NR-15), da Portaria MTb n.º 3.214/1978 (BRASIL, 1978):
Terry e Karegeorghis (2006) não abordaram a influência do volume/intensidade da música, mas fizeram menção a velocidade/batidas por minuto da música, onde, sugeriram que músicas rápidas (>120 batidas por minuto) podem estimular o movimento corporal em atividades com esforço submáximo.
Em resumo, todas as informações apresentadas possuem peso, influenciam e justificam o uso da música no ambiente da academia, no entanto, vale frisar que em um ambiente o qual é compartilhado por diversas pessoas, obviamente há diversos pontos de vista, gostos musicais e outras particularidades. Assim, considerar essa heterogeneidade, tomar conhecimento sobre a preferência geral sobre um determinado gênero musical, controlar o volume da música, são medidas que podem manter o som característico da academia como um "CONVITE" a novos alunos/clientes.
TERRY, P.C.; KARAGEORGHIS, C.I. Psychophysical effects of music in sport and exercise: An update on theory, research and application. In: M. KATSIKITIS (Ed.), Psychology bridging the Tasman: Science, culture and practice – Proceedings of the 2006 Joint Conference of the Australian Psychological Society and the New Zealand Psychological Society. Melbourne, VIC: Australian Psychological Society, p. 415-419, 2006.
Roberto Poton